Há pessoas que olham para o mundo e vêem apenas obstáculos.
E depois há aquelas raras exceções que olham para os mesmos obstáculos e vêem oportunidades escondidas à vista de todos.
O meu pai sempre foi deste segundo grupo.
Quando era miúdo, lembro-me de como o meu pai reagia quando as pessoas à sua volta pensavam "isto é impossível" quando ele trazia uma ideia meio maluca.
Em vez de concordar, ele simplesmente avançava. Dando o exemplo com a sua ética de trabalho.
E as pessoas seguiam.
Muitas vezes falhava, mas sempre que dava certo, compensava largamente.
High agency não é apenas uma característica de personalidade – é uma forma de estar na vida. É a capacidade de identificar obstáculos e, em vez de os aceitar como barreiras definitivas, vê-los como problemas à espera de soluções criativas.
A maioria das pessoas acreditam que aceitar limitações é ser maduro e racional.
Mas o verdadeiro realismo, aquele que o meu pai pratica diariamente, é muito diferente.
É compreender profundamente a realidade atual, sim, mas recusar-se a acreditar que ela é imutável. É reconhecer que:
O meu pai mostrou-me que não devemos aceitar o não como resposta final, mas que devemos procurar sempre uma solução.
Há uma frase do Napoleon Hill que o meu pai repete constantemente (e que me irritava profundamente na adolescência, confesso 😅):
"Whatever the mind can conceive and believe, it can achieve."
Na altura, soava-me a auto-ajuda barata. Hoje, compreendo a profundidade deste princípio.
Não é magia, é psicologia combinada com ação.
Quando defines um objetivo aparentemente impossível e verdadeiramente acreditas nele, algumas coisas fascinantes acontecem:
É por isso que as pessoas com high agency parecem ter sorte – elas criaram as condições mentais para identificar e aproveitar oportunidades que os outros nem sequer conseguem ver.
Esta pergunta simples remove o medo – o maior bloqueador da ação – e revela o que realmente queremos construir.
A verdade é que o medo do fracasso paralisa a maioria das pessoas. As pessoas com high agency não estão livres desse medo – simplesmente desenvolveram a capacidade de agir apesar dele, guiadas por uma visão mais forte que o receio.
Ser "realista" no sentido mais poderoso é precisamente isto: reconhecer os riscos, mas seguir em frente mesmo assim, confiantes na nossa capacidade de resolver problemas à medida que surgem.
No aniversário do meu pai, reflito sobre como a sua forma de pensar moldou a minha vida. A lição mais valiosa não foi sobre negócios, dinheiro ou sucesso, foi sobre a liberdade que vem quando te recusas a aceitar limitações impostas por outros.
Pessoas com high agency como ele não pedem permissão. Não precisam que alguém valide os seus sonhos. Elas decidem o que querem criar e depois trabalham incansavelmente para tornar essa visão realidade.
Esta é talvez a forma mais profunda de liberdade que podemos experimentar, a liberdade de definir e perseguir a nossa própria visão da realidade.
Obrigado pai, por me mostrares que o verdadeiro realismo não é aceitar o mundo como ele é, mas trabalhar para transformá-lo naquilo que acreditamos que pode ser.
PS. Deixo aqui o perfil do meu pai para que o possas seguir e desejar-lhe os parabéns.
PPS. Se quiseres ler mais sobre High Agency, lê isto: https://www.highagency.com/